O karate, uma arte marcial de autodefesa, teve as suas origens na ilha de Okinawa, parte do arquipélago de Ryukyu, Japão, onde se desenvolveu sob a influência das técnicas de combate chinesas e das práticas nativas. Okinawa, devido à sua localização geográfica, teve contacto com diversos países asiáticos, especialmente a China, e foi através desse intercâmbio que nasceram os primeiros estilos que viriam a compor o karaté. Inicialmente chamado de tode (mão chinesa) ou te (mão), era uma prática reservada aos guerreiros locais e foi-se aperfeiçoando com o tempo.
O karate moderno começou a ganhar forma no século XX com a introdução de técnicas e métodos de treino que visavam não só o combate, mas também o desenvolvimento físico e mental dos praticantes. Gichin Funakoshi, considerado o “pai do karaté moderno”, foi fundamental para este processo. Em 1922, a convite do Ministério da Educação do Japão, Funakoshi demonstrou o karaté em Tóquio, e o sucesso foi tão grande que decidiu estabelecer-se no Japão, onde fundou o estilo Shotokan, caracterizado por movimentos fortes e explosivos. Outros mestres de Okinawa também levaram os seus estilos, como o Goju-Ryu, Shito-Ryu e Wado-Ryu, que introduziram variações na prática do karate, incorporando técnicas de respiração, equilíbrio e ritmo.
Com o tempo, o karate expandiu-se para fora do Japão e conquistou praticantes em todo o mundo, transformando-se numa prática tanto desportiva como de defesa pessoal. Em 1949, foi criada a Federação Japonesa de Karate, marcando um importante passo na organização do desporto, e, em 1964, o Comité Olímpico Japonês reconheceu o karate como disciplina oficial. A inclusão do karaté nos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2021 foi um marco histórico, consolidando o seu prestígio e reconhecimento mundial, e promovendo ainda mais esta arte marcial. Hoje, o karate é praticado em diversos estilos e modalidades (kumite e kata), e é valorizado não só pela sua componente física, mas também pelos princípios de disciplina, respeito e autoconhecimento que transmite aos seus praticantes.
O estilo de karate praticado na associação é o shotokan, fundado por Gichin Funakoshi, destaca-se por posturas baixas, movimentos lineares e técnicas poderosas. As principais técnicas incluem:
Posturas (Dachi) – Posturas firmes como Zenkutsu-dachi (frontal) e Kokutsu-dachi (de costas), que promovem equilíbrio e estabilidade.
Socos e Golpes (Tsuki e Uchi) – Técnicas como Oi-tsuki (soco avançado) e Gyaku-tsuki (soco reverso), focando na força e precisão.
Defesas (Uke) – Blocos fortes, como Gedan-barai (defesa baixa) e Age-uke (defesa alta), para redirecionar ataques.
Chutes (Geri) – Chutes diretos e poderosos, como Mae-geri (chute frontal) e Yoko-geri (chute lateral).
Kihon (Fundamentos) – Treino repetitivo de técnicas básicas para desenvolver precisão e velocidade.
Kata (Formas) – Sequências coreografadas que simulam combate e desenvolvem coordenação e memória.
Kumite (Combate) – Prática de combate, com ênfase em controle e aplicação de técnicas.
No Shotokan, o foco é na força controlada e disciplina, seguindo o lema “Karate ni sente nashi” (Não há ataque no Karaté), que reflete a sua filosofia de autocontrolo e respeito.
9º Kyu
8º Kyu
7º Kyu
6º Kyu
5º Kyu
4º Kyu
3º Kyu
2º Kyu
1º Kyu
1º Dan a 10º Dan
A prática de karate traz benefícios físicos, mentais e emocionais, que evoluem conforme o praticante progride nas graduações:
A progressão nos cintos, dos kyus (aluno) aos dans (mestre), marca o avanço técnico e o compromisso do praticante com o aperfeiçoamento físico e mental, promovendo um equilíbrio completo e gradual.
